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23ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP23) - Bonn, Alemanha.



Entre os dias 06 e 17 de novembro está ocorrendo na cidade de Bonn, Alemanha a 23ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP23), om o objetivo de discutir a implementação do Acordo de Paris e as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) para limitar o aumento da temperatura global do planeta.

A Conferência reúne negociadores ligados ao Governo, bem como diversas lideranças indígenas de diferentes países do mundo.

O evento este ano se realiza com uma diferença significativa, posto que normalmente a Conferência é liderada pelo país anfitrião, ocorre, no entanto, que as Ilhas Fiji não se consideraram incapazes de acomodar os 25 mil participantes, razão pela qual a cidade a sediá-la é Bonn, antiga capital alemã. No entanto, o Estado formado por 322 ilhas é quem protagoniza o evento, bem como a discussões acerca da necessidade premente da adoção de medidas efetivas para o combate às agressões que o meio ambiente vêm sofrendo, uma vez que os Estados insulares do Pacífico são direta e gravemente afetados pela elevação do nível dos oceanos em decorrência da elevação da temperatura da terra.


Um dos temas mais importantes será a tentativa de concretização do Acordo do Clima de Paris, de 2015. Seus signatários se comprometem a, através de metas climáticas nacionais, cuidar para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC. Além disso, os diferentes planos nacionais para o clima devem poder ser comparáveis entre si. E, se possível, as metas para o futuro devem ser formuladas de forma mais ambiciosa.

Embora tão logo tenha sido eleito, o presidente dos EUA tenha anunciado a sua intenção de retirar-se do acordo do cima firmado por seu antecessor Barack Obama, dado que a retirada oficial pode acontecer daqui a três, o país mandou uma delegação de representantes, dentre os quais Jerry Brown, atual governador da Califórnia. A sua fala, ocorrida na data de ontem 11/11 foi marcada por protestos: apesar de possuir um discurso ambientalista, o Governador vem sendo duramente criticado devido ao seu posicionamento referente à extração de petróleo por fraturamento hidráulico.

Veja o vídeo abaixo:


No que tange à questão brasileira, ambientalistas e representantes indígenas presentes ao evento denunciam a discrepância entre o discurso e as práticas efetivas de combate às alterações climáticas.

“Ninguém pode acreditar no que o governo brasileiro diz aqui (na COP 23), porque é o contrário do que se faz no Brasil. Lá as emissões avançam, quando aqui se fala que é para reduzir”, afirmou Sonia Guajajara, da coordenação da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).


Além de Sônia Guajajara, a delegação de indígenas brasileiros presentes ao evento conta também com a participação de Ninawa Huni Kui, Benki Pyãko, Yube Huni Kui (José de Lima Kaxinawá), Francisca Shawãdawa, Davi Guarani, Yakari Kuikuro,Luiz Elói Terena, Nara Baré, Dinamã Tuxá, Raoni Kayapó, Geovani Krenak, Sineia Wapichana, Joenia Wapichana, dentre outros. Na data de ontem, Ninawa Huni Kui, atual presidente da Fephac participou da manifestação ocorrida durante a fala de Jerry Brown, e na data de hoje participou como ouvinte no evento de "Transição justa", organizado pela ONG Amigos da Terra. Benky Pyâko do povo Ashaninka fez uma fala em um painel na data de ontem, acerca dos problemas e riscos da permuta de valores pecuniários pela preservação ambiental.

A participação da delegação de representantes indígenas é custeada por diversas ONGs e entidades ligadas à defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, e visa a participação e protagonismo dos povos originários nas discussões e tomada de decisão quanto às mudanças climáticas.


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